É que, quando você vai embora, deixa meu coração vazio e um riso no meu álbum de
fotografia. Posso ter permissão para te precisar sempre? A gente precisa de pessoas que
possam andar por nós, quando estivermos fracos demais para fazer isso. E eu ganhei você.
Não sei que parada da vida você esbarrou na porta que deixei aberta, mas nela você
entrou. E eu fiz um altar pra te receber como um anjo que caiu lá do céu. E você há de
entender que a gente tem que ter alguém pra viver. E alguém que seja o sentido quando
tudo já não o fizer. E alguém que tenha um sorriso de cura. Palavras de conforto.
Qualquer coisa, alguém. Eu não sei onde você aprendeu tanto sobre mim, porque você
conhece muito bem. Não sei se alguém te disse que minha cor preferida era vermelha,
mas você chegou na minha vida e eu nunca mais enxerguei o preto e o branco. E não sei
quem te contou que sou teimosa, para que você trabalhasse isso em mim e nunca mais me
deixasse ser. E as pessoas dizem por aí, que não sou fácil de lidar, mas ai você chegou e
sabe lidar comigo tão bem, que desconfio se não te deram meu manual e um tempo para
que você pudesse me estudar. E um tempo para que você pudesse aprender ser aquela que
não iria me obrigar a vestir o agasalho, mas iria me ensinar que sem ele posso ficar
doente. E seria aquela que se eu perco meu par de sapato, que na verdade deve estar
debaixo de alguma cama, me desespero para encontra-lo e já me viro pra você,
esperando que você tenha a solução. As vezes, você não consegue acha-los, mas nunca me
deixou andar descalça. Você tem sempre sua maneira de substituir qualquer coisa que me
falte. E você feito uma criança sentada no tapete da sala, me ensina a encaixar as
pecinhas da vida, que sozinha eu já não tenho mais idade pra conseguir. E que é meu
botão de escape de qualquer problema, mas sempre se ausenta. E você que acreditaria em
mim se eu te dissesse que a vida é muito injusta diante da falta que você me faz, é ao
mesmo tempo aquela que me faria desacreditar na injustiça da vida, porque você existe
nela. Então esqueço, e fico te esperando. Minha saudade te chama. Minha voz te grita a
todo instante. Cartazes te procuram. E aeronaves seguem pousando, mas sem você
desembarcar.
JP/GH
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